Resposta divina: o justo vive pela fé
1Vou estar atento e vigilante
como sentinela no seu posto,
para ouvir o que o Senhor irá dizer
e que resposta irá dar às minhas queixas.
2O Senhor falou-me então deste modo:
«Escreve sobre tabuinhas de barro
aquilo que te vou revelar,
de modo que se leia claramente.
3Ainda não chegou o tempo de se realizar esta visão,
mas não deixará de se cumprir.
Espera com confiança, mesmo que pareça demorar,
pois chegará o seu momento próprio.
4Eis que o homem de más intenções não sobreviverá,
e arrogante não tem a vida certa nele;
mas o justo pela sua fé viverá
5A riqueza é perigosa.
Os orgulhosos nunca têm repouso;
são insaciáveis como a morte; querem sempre mais e mais,
conquistam nação após nação
e juntam à sua volta povos e mais povos.
6Contra ele todas as nações conquistadas
pronunciam palavras de escárnio e maldição.»
Maldição dos opressores
«Ai de quem enriquece à custa de roubos,
apoderando-se dos bens dos outros!
Até quando continuará a amontoar riqueza,
forçando os devedores a pagar?
7Quando menos o esperares, virão os credores
que te farão tremer e se hão de apoderar de ti.
8Tu roubaste os bens de muitos povos.
Mas os que sobreviverem hão de saquear-te
por causa dos teus crimes e das violências que usaste
contra países e cidades e contra os seus habitantes.
9Ai de quem amontoa em sua casa riquezas desonestas
e se coloca numa posição elevada
para escapar a todos os perigos.
10Porém fizeste planos de vergonha para a tua casa
pensando destruir muitos povos
e provocaste a tua própria destruição.
11Até as pedras das muralhas gritarão contra ti;
e hão de fazer-lhe eco as próprias vigas de madeira.
12Ai de quem constrói uma cidade com sangue
e a edifica através da injustiça.
13Não é verdade que o Senhor todo-poderoso
faz com que o esforço dos povos acabe no fogo
e que o cansaço das nações resulte em nada?
14De facto, toda a terra ficará a conhecer a glória do Senhor,
tão completamente como as águas enchem o mar.
15Ai de quem dá a beber aos vizinhos
vinho misturado com veneno, para os embriagar,
com o fim de os ver nus e os humilhar.
16Experimenta também tu, já que é honra essa vergonha.
Bebe também tu e mostra a tua nudez.
O Senhor obriga-te a beber a taça do seu castigo
e a tua honra transforma-se em desonra.
17A violência que usaste contra o Líbano
vai voltar-se contra ti.
Mataste os seus animais,
e agora são eles que se voltam contra ti,
por causa dos teus crimes e violências que usaste
contra países e cidades e contra os seus habitantes.
18Para que servem os ídolos que o homem fabrica?
São objetos de metal que só levam ao engano.
Como pode o homem confiar em divindades que não falam
e que ele próprio fez com as suas mãos?
19Ai de quem pede a um ídolo de madeira que desperte
ou a uma pedra muda que se levante.
Será que os ídolos ensinam? Na verdade, nada podem dizer.
Não têm vida, mesmo cobertos de ouro ou prata.
20O Senhor, porém, está no seu santo templo.
Que a terra inteira guarde silêncio diante dele.»