1E o justo definha, sem que ninguém se interesse,
os bons são ceifados, sem que ninguém entenda.
Os inocentes são vítimas dos criminosos.
2Mas a paz há de vir
e os que seguem por caminhos retos
poderão, finalmente, repousar tranquilos.
Idolatria
3Aproximem-se também, ó filhos da feitiçaria,
raça adúltera e prostituída.
4De quem querem escarnecer?
A quem querem fazer caretas com a boca e com a língua?
Porventura não são filhos rebeldes,
raça de mentirosos?
5Excitais os vossos desejos junto das grandes árvores,
debaixo de qualquer árvore frondosa.
Sacrificais crianças no leito das torrentes
e nas cavernas dos rochedos.
6As pedras polidas da torrente são a tua herança
e o teu quinhão sagrado, ó Israel.
Foi a eles que ofereceste as tuas ofertas de vinho,
a eles apresentaste as tuas ofertas de cereais.
Poderei eu, o Senhor, estar contente com tudo isto?
7Sobre um monte alto e sobranceiro
preparavas o teu leito,
e subias até lá para ofereceres sacrifícios.
8Por trás das ombreiras da porta
colocavas os teus feitiços.
Sem fazeres caso de mim,
despias-te e arranjavas um leito confortável.
Vendias-te aos teus amantes,
gostavas de te deitar com eles,
contemplando o ídolo obsceno.
9Corrias para o deus Moloc com unguentos e perfumes;
enviaste mensageiros até terras longínquas,
desceste até ao abismo dos mortos.
10Cansaste-te de tanto caminhar,
mas não disseste: «Basta!»
Encontravas novas forças e não desfalecias.
11Quem te metia tanto medo que te levasse a enganar-me,
a não te lembrares de mim
nem a prestares-me atenção?
Não é verdade que estive calado durante muito tempo?
Por isso, é que não me respeitavas.
12Mas vou demonstrar que a tua justiça era falsa
e que as tuas ações de nada te valem.
13Quando gritares por socorro,
vê se a coleção dos teus ídolos te pode salvar!
A todos eles os levará o vento e um sopro os arrebatará.
Mas os que confiarem em mim
receberão o país como herança,
e possuirão a minha montanha santa.
Deus reconforta o seu povo
14O Senhor diz:
«Abram o caminho, aplanem-no
tirem todos os obstáculos de diante do meu povo.»
15Isto afirma aquele que é alto e excelso,
cuja morada é eterna e cujo nome é santo:
«Habito num lugar alto e santo,
mas estou com as pessoas acabrunhadas e humilhadas,
para dar vida aos humildes,
para fortificar o coração dos acabrunhados.
16Não quero estar para sempre a acusar,
nem a ficar eternamente irado
porque, de contrário, destruiria o sopro de vida
de todos quantos criei.
17A maldade de Israel fez com que eu me irritasse;
na minha irritação castiguei-o e não o queria mais ver.
Ele afastou-se para seguir o seu caminho preferido.
18Conheço bem os seus caminhos;
mas hei de curá-lo, guiá-lo e reconfortá-lo.»
Aos que estão de luto
19porei nos seus lábios este cântico:
«Paz! Paz, para os de longe e para os de perto!»
O Senhor afirma-o: «hei de curar verdadeiramente o meu povo.»
20Mas os maus são como um mar encapelado,
que não se pode acalmar,
as suas ondas remexem lodo e lama.
21«Para os maus não haverá prosperidade»,
— declara o meu Deus.