1Porém para os teus santos, brilhava uma forte luz.
Os egípcios, seus inimigos,
podiam ouvir os israelitas falar, mas não os podiam ver.
Eles achavam que os israelitas eram felizes,
pois não estavam a sofrer.
2Então os egípcios ficaram agradecidos aos israelitas
por não se vingarem deles;
e ainda pediram desculpas por os terem perseguido.
3Em vez da escuridão,
tu deste ao teu povo uma coluna brilhante de fogo,
para o guiar por caminhos desconhecidos.
Essa coluna era como um sol que não queima,
e acompanhou o teu povo na sua maravilhosa caminhada.
4Os seus inimigos mereciam ficar sem luz
e ser prisioneiros da escuridão,
pois fizeram prisioneiros os teus filhos,
por meio dos quais a luz eterna da lei seria dada ao mundo.
A morte dos filhos mais velhos dos egípcios
5Os egípcios resolveram matar as crianças do teu povo,
mas um menino israelita foi salvo,
depois de ter sido abandonado.
Para os castigares fizeste morrer muitos dos seus filhos
e mataste todos os egípcios nas águas furiosas.
6Tu já tinhas contado aos nossos antepassados
o que iria acontecer naquela noite,
para que ficassem cheios de coragem
no conhecimento das promessas em que confiavam.
7O teu povo já esperava que os justos fossem salvos
e que os inimigos fossem destruídos.
8Tu usaste o mesmo meio
para castigar os nossos inimigos e para nos honrar,
chamando-nos para sermos o teu povo.
9Os santos descendentes dos bons ofereceram-te sacrifícios em segredo.
Juntos prometeram obedecer à tua divina lei
e resolveram repartir uns com os outros tanto as bênçãos como os perigos.
Então começaram a cantar os hinos dos seus antepassados.
10Ao mesmo tempo ouviam-se os gritos cheios de confusão dos inimigos;
por toda a parte espalhavam-se as lamentações
dos que choravam a morte dos seus filhos.
11Os escravos e os seus senhores receberam o mesmo castigo;
as pessoas humildes sofreram o mesmo que o rei sofreu.
12Todos tiveram igualmente um número enorme de parentes mortos,
pessoas que tinham morrido da mesma maneira.
Não havia muitas pessoas vivas para enterrarem os mortos,
pois num instante morreram os seus filhos queridos.
13Por causa das suas magias, os egípcios ainda não acreditavam;
mas quando os seus filhos mais velhos foram mortos,
tiveram de reconhecer que o teu povo era filho de Deus.
14Já era quase meia-noite, e por toda a parte havia um silêncio completo.
15Então a tua palavra toda-poderosa, vinda do teu trono no céu,
desceu como um soldado sem piedade;
levando como espada afiada a tua ordem,
que não podia ser desobedecida,
foi para um país que estava condenado a ser destruído.
16Erguendo-se, espalhou a morte por toda a parte;
tocava o céu e atingia a terra.
17De repente, visões terríveis e pesadelos castigaram os egípcios;
terrores que eles nunca tinham imaginado perseguiram-nos.
18Quase mortos, eles caíram por toda a parte
e mostravam por que razão estavam a morrer.
19Pois os pesadelos que os tinham feito sofrer tinham sido um aviso
a fim de que não morressem sem saber por que estavam a sofrer.
A epidemia no deserto
20A provação da morte atingiu também o teu povo;
uma epidemia matou muitos deles no deserto,
mas a tua ira não durou muito tempo.
21Pois um homem irrepreensível apressou-se a defender o teu povo.
Ele carregava as suas armas de sacerdote,
isto é, a oração e o incenso com que pedia a Deus o perdão dos pecados.
Ele resistiu à tua ira e acabou com a epidemia,
mostrando assim que era teu servo.
22Não foi pela força física nem pelo poder das armas de guerra
que ele venceu a tua ira.
Foi por meio das suas palavras que conseguiu que tu parasses de castigar,
fazendo com que te lembrasses das tuas promessas
e das alianças para com os nossos antepassados.
23Os corpos dos mortos já se amontoavam uns por cima dos outros
quando ele se pôs no meio e fez parar a tua ira,
cortando o caminho que ia para os vivos.
24No seu comprido manto sacerdotal
estava representado o mundo inteiro;
nas quatro fileiras de pedras preciosas
estavam os nomes famosos dos patriarcas;
na coroa que ele usava na cabeça
estava a placa que representava a tua grandeza.
25Diante destas coisas o destruidor ficou com medo e foi-se embora;
uma pequena amostra da tua ira tinha bastado.