Sociedade Bíblica de Portugal

40 – A queda de Israel – UMA MISERICÓRDIA SEVERA?

ORAÇÃOSenhor, estou ansioso por ouvir o que tens para me dizer neste momento.

Texto(s) bíblico

2 Reis 25

Cerco de Jerusalém

1No nono ano do reinado de Sedecias, no dia dez do décimo mês, Nabucodonosor marchou sobre Jerusalém com todo o seu exército e montou o seu acampamento em frente da cidade; construíram baluartes à sua volta. 2O cerco da cidade durou até ao décimo primeiro ano do reinado de Sedecias. 3No dia nove do quarto mês daquele ano, quando a fome era terrível e o povo já não tinha nada para comer, 4abriu-se uma brecha na muralha da cidade e, durante a noite, todos os guerreiros de Judá fugiram. Embora os babilónios tivessem a cidade cercada, os guerreiros passaram pela porta que fica entre as duas muralhas, junto ao jardim do rei, e fugiram em direção ao vale do Jordão. 5Mas o exército babilónio perseguiu o rei Sedecias e alcançou-o na planície de Jericó; as tropas que acompanhavam Sedecias abandonaram-no e dispersaram-se. 6O rei foi feito prisioneiro e conduzido à presença do rei da Babilónia, que se encontrava em Ribla. Ali Nabucodonosor pronunciou a sentença contra o rei Sedecias. 7Os filhos de Sedecias foram degolados na presença do pai; depois, Nabucodonosor arrancou os olhos a Sedecias e enviou-o, bem preso com correntes, para a Babilónia.

Destruição do templo

8No dia sete do quinto mês do décimo nono ano do reinado de Nabucodonosor, rei da Babilónia, Nebuzaradan, seu conselheiro e comandante do seu exército, entrou em Jerusalém. 9Incendiou o templo, o palácio real e todas as casas da cidade, começando pelas das pessoas importantes de Jerusalém. 10Os soldados babilónios, que acompanhavam Nebuzaradan, demoliram as muralhas em volta de Jerusalém. 11Então Nebuzaradan levou para a Babilónia a população que tinha ficado na cidade, os restantes artífices e aqueles que já tinham desertado para o acampamento dos babilónios. 12Só lá deixou alguns pobres, para trabalharem nas vinhas e nos campos.

13Os babilónios quebraram as colunas de bronze do templo, os suportes das bacias e a grande bacia de bronze e levaram todo o bronze para a Babilónia. 14Levaram também os cinzeiros e as pás do altar, os canivetes, as conchas e todos os objetos de bronze usados no serviço do templo. 15Levaram tudo o que era de ouro ou de prata, incluindo os turíbulos e as bacias de aspersão. 16As duas colunas, os suportes das bacias e a grande bacia, que Salomão tinha mandado fazer para o templo e todos os objetos de bronze tinham um peso incalculável. 17As colunas tinham, cada uma, mais de oito metros de altura e em cima de cada uma assentava um capitel de bronze com quase dois metros de altura; em volta de cada capitel havia uma grinalda com romãs, tudo de bronze. As colunas eram iguais na altura e na grinalda.

Desterro do povo de Judá

18Além disso, Nebuzaradan, comandante do exército do rei da Babilónia, levou cativos o sumo sacerdote Seraías, o sacerdote ajudante, Sofonias, e os três sacerdotes que guardavam a entrada do templo. 19Levou também da cidade o oficial que tinha o comando das tropas e cinco dos conselheiros pessoais do rei, que ainda estavam na cidade, e o oficial encarregado do recrutamento militar no país, assim como sessenta homens do povo. Toda esta gente se encontrava ainda em Jerusalém. 20Nebuzaradan prendeu-os e levou-os à presença do rei da Babilónia, que estava em Ribla. 21O rei matou-os ali mesmo, em Ribla, na região de Hamat. Foi assim que o povo de Judá foi levado para o exílio, longe do seu país.

Godolias, governador de Judá

22O rei Nabucodonosor da Babilónia tinha deixado uma parte da população no país de Judá e designou como governador um certo Godolias, filho de Aicam e neto de Chafan. 23Quando os oficiais e os soldados que não se tinham rendido aos babilónios souberam da escolha de Nabucodonosor, foram ter com Godolias a Mispá. Os oficiais eram: Ismael, filho de Netanias, Joanan, filho de Careia, Seraías, filho de Tanumet, da cidade de Netofa, e Jazanias, filho de Macá. Com os seus oficiais foram os soldados. 24Godolias disse-lhes a todos: «Juro-vos que não têm nada a temer dos oficiais babilónios. Fiquem no país, submetam-se ao rei da Babilónia e tudo vos correrá bem.»

25Mas no sétimo mês daquele ano, Ismael, filho de Netanias e neto de Elisama, de sangue real, dirigiu-se a Mispá com dez homens e matou Godolias, bem como todos os judeus e babilónios que estavam com ele. 26Então os israelitas, tanto ricos como pobres, juntamente com os oficiais do exército, fugiram todos para o Egito, com medo dos babilónios.

O rei da Babilónia dá a liberdade a Jeconias

27No dia vinte e sete do décimo segundo mês do trigésimo sétimo ano de cativeiro de Jeconias, rei de Judá, Evil-Merodac, rei da Babilónia, no primeiro ano do seu reinado, mostrou-se bondoso com Jeconias e tirou-o da prisão. 28Tratou-o com benevolência e deu-lhe uma posição de maior honra do que a que deu aos outros reis que estavam com ele na Babilónia. 29Jeconias foi autorizado a não usar roupa de prisioneiro e, até ao fim da sua vida, comeu à mesa do rei da Babilónia. 30Todos os dias, enquanto viveu, Jeconias recebeu do rei da Babilónia o que lhe era necessário para a sua subsistência.

REFLEXÃO

Esta passagem, não é uma das mais inspiradoras da Bíblia. Na verdade, é uma imagem bastante deprimente. Contudo, é importante porque marca o ponto mais baixo da história de Israel, até agora. O povo de Deus teve de aprender, da forma mais dura, que o pecado traz consequências devastadoras. E, isto ainda hoje é verdade.

Como Israel continuou a procurar, voluntariamente, a adoração aos ídolos, Deus permitiu que os Babilónios fossem o seu instrumento de condenação. E o preço foi muito alto: mataram os seus líderes, destruíram o templo glorioso, queimaram Jerusalém e levaram a maioria das pessoas para o cativeiro (25:21b).

Já viveste momentos, incrivelmente, difíceis? Talvez tenhas ficado chocado com a morte prematura de uma pessoa querida, um súbito reverso financeiro, ou notícias inesperadas de que te foi diagnosticada uma doença grave. Como reages quando o teu mundo desaba?

Por vezes, a única maneira de seguir em frente é relembrar o que Deus fez no passado. “Senhor, sinto-me miserável, não aguento mais e não vejo saída. Mas, tens sido tão bom para mim no passado, confio que agora não me vais abandonar.” Toma um minuto para leres o Salmo 74, uma oração escrita por Assaf, um dos que foram para o cativeiro. Verás que foi, exatamente, isto que ele orou.

Se há alguma coisa boa nas desgraças, é o facto de que nos obrigam a agarrarmo-nos mais a Deus, simplesmente, porque, não temos outra alternativa. O escritor Sheldon Vanauken referiu-se à “misericórdia severa” de Deus (A Severe Mercy, Hodder 1977) — é o facto de Deus, por vezes, permitir que experimentemos dor, por um propósito que jamais poderíamos entender antes de tempo (Apocalipse 3:19). Deus pode abanar-te, mas não te abandona. Na verdade, o mo-mento em que te sentes mais em fraco pode ser aquele em que estás mais perto de Deus (Salmos 34:18).

APLICAÇÃO

O que aprendeste com os problemas graves da tua vida? Deus atraiu-te para mais perto dele, através disso? De que forma?

ORAÇÃO

Pai, estou tão grato por me convidares a lançar sobre ti todas as minhas preocupações (1 Pedro 5:7).

Sociedade Bíblica de Portugalv.4.24.4
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