Sociedade Bíblica de Portugal

68 – A cruz de Cristo – PAGO NA TOTALIDADE!!!

ORAÇÃOÓ Deus, começo este tempo a sós contigo confessando os meus pecados. Obrigado por estares disposto e seres capaz de me perdoar e limpar.

Texto(s) bíblico

João 19

1Então Pilatos mandou prender e açoitar Jesus. 2Os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos que puseram na cabeça de Jesus. Depois colocaram-lhe aos ombros um manto vermelho. 3Aproximavam-se e faziam pouco dele: «Viva o rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.

4Uma vez mais, Pilatos saiu do palácio e foi dizer aos judeus: «Eu vou trazê-lo cá fora, para que saibam que não encontro nenhuma razão para o mandar matar.» 5Quando Jesus saiu do palácio, trazia a coroa de espinhos na cabeça e o manto vermelho pelos ombros. Pilatos disse aos judeus: «Aqui está o homem!» 6Quando os chefes dos sacerdotes e os guardas do templo o viram, começaram a gritar: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Levem-no e crucifiquem-no vocês. Eu não encontro nenhuma razão para o condenar.» 7Os judeus responderam-lhe: «Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque afirmou que era o Filho de Deus

8Quando Pilatos ouviu estas palavras, ficou ainda com mais medo. 9Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus: «Donde és tu?» Mas Jesus não respondeu. 10Admirado, Pilatos insistiu: «Não me falas? Não sabes que tenho autoridade para te soltar ou para te mandar crucificar?» 11Respondeu-lhe Jesus: «Não terias qualquer autoridade contra mim, se não te tivesse sido dada do alto. Por isso mesmo, quem me entregou a ti tem mais culpa diante de Deus do que tu.» 12Por causa destas palavras, Pilatos procurava todas as maneiras de o pôr em liberdade. Mas os judeus gritavam: «Se dás a liberdade a esse homem, não és amigo do imperador, pois todo aquele que se faz rei, é inimigo do imperador.» 13Pilatos, ao ouvir isto, levou Jesus para fora do palácio e sentou-o na cadeira de juiz, num lugar pavimentado com pedras e que por isso se chama em hebraico Gabatá.

14Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: «Aqui está o vosso rei!» 15Mas eles gritaram: «Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o!» Pilatos tornou a questioná-los: «Então hei de crucificar o vosso rei?» Desta vez os chefes dos sacerdotes responderam-lhe: «Nós não temos outro rei a não ser o imperador!» 16Por fim, Pilatos entregou-lhes Jesus para ser crucificado.

Jesus crucificado

(Mateus 27,32–44; Marcos 15,21–32; Lucas 23,26–43)

Eles levaram Jesus. 17E ele, carregando ele próprio a cruz, saiu em direção a um lugar chamado Caveira, que em língua hebraica se diz Gólgota. 18Foi ali que o pregaram na cruz. E crucificaram com ele outros dois homens, um à esquerda e outro à direita de Jesus.

19Pilatos mandou escrever e colocar sobre a cruz um letreiro que dizia: Jesus o Nazareno, Rei dos judeus. 20Muitos judeus puderam facilmente ler este letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. 21Os chefes dos sacerdotes disseram a Pilatos: «Não escrevas “Rei dos judeus”, mas sim: “Este homem disse: Eu sou o Rei dos judeus”.» 22E Pilatos retorquiu: «O que escrevi, escrevi.»

23Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na roupa dele e dividiram-na em quatro partes, ficando cada um com uma parte. E havia também a túnica, feita de uma só peça de pano, sem costura. 24Os soldados disseram uns aos outros: «Não a vamos rasgar, mas tiremos à sorte para ver quem fica com ela.» Assim se cumpriu a passagem da Sagrada Escritura:

Repartiram as minhas roupas entre si

e tiraram sortes sobre a minha túnica.

Foi isto o que os soldados fizeram.

25Junto da cruz de Jesus estavam a sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus viu a sua mãe e junto dela o discípulo que ele amava. E disse à sua mãe: «Mulher, aí tens o teu filho.» 27Depois disse ao discípulo: «Aí tens a tua mãe.» E, desde esse momento, aquele discípulo recebeu-a em sua casa.

Morte de Jesus

(Mateus 27,45–56; Marcos 15,33–41; Lucas 23,44–49)

28Depois disto, como Jesus sabia que a sua obra agora tinha chegado ao fim, exclamou para se cumprir o que diz a Sagrada Escritura: «Tenho sede

29Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Molharam uma esponja no vinagre, ataram-na a uma cana, e chegaram-na à boca de Jesus. 30Ele provou o vinagre e disse então: «Tudo está cumprido.» Depois inclinou a cabeça e morreu. 31Como era a Preparação da Páscoa, e também o início do sábado — porque aquele sábado era muito solene — os corpos dos condenados não deviam ficar na cruz. Por isso os chefes dos judeus pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e retirar os corpos. 32De facto, os soldados foram e quebraram as pernas aos dois homens que tinham sido crucificados ao mesmo tempo que Jesus. 33Mas quando chegaram a Jesus, vendo que ele já tinha morrido não lhe quebraram as pernas. 34No entanto, um dos soldados espetou-lhe a lança no peito e imediatamente saiu sangue e água. 35Quem viu estas coisas dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro — e ele sabe que diz a verdade — para que também vocês acreditem.

36Estas coisas aconteceram para se cumprir a Sagrada Escritura que diz: Não lhe hão de quebrar nenhum osso. 37E há ainda outra passagem da Escritura que diz: hão de contemplar aquele que trespassaram com uma lança.

Sepultura de Jesus

(Mateus 27,57–61; Marcos 15,42–47; Lucas 23,50–56)

38Depois disto, um homem chamado José, da cidade de Arimateia, pediu licença a Pilatos para retirar da cruz o corpo de Jesus. José era um discípulo de Jesus, mas às escondidas, porque tinha medo das autoridades judaicas. Pilatos deu-lhe licença. José foi então ao lugar da cruz e retirou o corpo. 39Nicodemos, aquele homem que tinha ido ter com Jesus pela calada da noite, apareceu também com uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés. 40Levaram então o corpo de Jesus e envolveram-no com ligaduras de linho, perfumadas com os produtos que tinham preparado, como era costume entre os judeus ao sepultarem os mortos.

41No lugar onde Jesus foi crucificado havia uma propriedade com um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42Foi ali que puseram o corpo de Jesus, por causa do dia — a Preparação da Páscoa dos judeus — e porque o túmulo ficava perto e o dia do descanso dos judeus ia começar.

REFLEXÃO

O relato da crucificação descrito por João parece uma notícia de última hora no título de um jornal; está cheio de pormenores importantes. Contudo, não é um relato sensacionalista. Apenas, deixou que os factos falassem por si. É difícil compreender a tortura que Jesus suportou na totalidade — as chicotadas, os espinhos cravados no couro cabeludo, os murros na cara, os pregos a trespassar as mãos e os pés, um golpe de espada à queima-roupa. Foi um assassínio macabro. Mas, naqueles dias a crucificação era comum, por isso, esta, não deve ter feito as primeiras páginas dos jornais.

Há um pormenor da história que é bastante explícito: os líderes religiosos odiavam Jesus. Gritavam, pedindo a sua execução, eram como lobos em volta da presa (19:6-16). É de admirar que ninguém lhes tenha perguntado: “Se é verdade que ele não é o Filho de Deus, como dizem, por que estão tão preocupados com ele?” É uma boa questão para colocar a quem se opõe veementemente a Jesus, hoje em dia. Por fim, até Pilatos percebeu o que motivava os líderes religiosos, e no seu modo débil respondeu-lhes, “ O que escrevi, escrevi” (19:22), como que a dizer, “Basta, já chega!”

Porém, o significado da cruz vai para além dos factos históricos. Mesmo antes de morrer, Jesus gritou: “Tudo está cumprido” (19:30). Noutras versões lemos: “Está consumado” ou “Está acabado”. Alguns podem ter pensado que eram as últimas palavras de um homem acabado. Mas no Grego, o significado literal da palavra que Jesus usou era: “Pago na totalidade” — a mesma palavra que era carimbada numa factura depois de paga. Em vez de um arfar moribundo, a última palavra de Jesus foi um grito triunfante: “Eu paguei o preço total pelos pecados de todo o mundo para toda a eternidade. A morte já não tem a última palavra. O reino das trevas foi derrotado. Completei a minha missão. Está consumado!”

Um outro aspeto interessante no artigo de João é a história de Nicodemos (19:39). No seu primeiro encontro, Nicodemos parece não ter correspondido a Jesus, concretamente (João 3:1-21). Mas, ao pé da cruz, a verdade, finalmente, fez sentido e este líder religioso afasta-se dos seus colegas enraivecidos e identifica-se publica-mente como seguidor de Jesus. É aos pés da cruz que tudo, finalmente, faz sentido.

APLICAÇÃO

És um discípulo secreto? Porquê? Qual é o significado da cruz na tua vida?

ORAÇÃO

Senhor Jesus, agradeço-te por tudo o que passaste na cruz por mim. Hoje e todos os dias, o meu desejo é identificar-me publicamente como teu seguidor.

Sociedade Bíblica de Portugalv.4.24.4
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