200.º aniversário da primeira edição completa da Bíblia de Almeida
Em 2019 comemora-se o 200.º aniversário da primeira edição completa da mais antiga tradução da Bíblia em língua portuguesa, realizada no século XVII pelo “ilustre desconhecido” João Ferreira d’ Almeida.
A prática de tradução das Escrituras também é um exercício cujos múltiplos procedimentos ora bebem, ora influem nas tradições culturais de cada povo. No que respeita à Bíblia na língua dos nossos afetos, a tradução de Almeida tem sido considerada como “um tesouro de vocabulário” e “um marco da cultura e da língua portuguesa”. Apesar de aproximar-se dos 200 milhões de exemplares distribuídos – indiscutivelmente, a obra mais editada e difundida em português – ela permanece numa clandestinidade cultural que oculta os seus méritos e prestígio.
No âmbito deste bicentenário, a Sociedade Bíblica, em parceria com as escolas bíblicas (IBP, STB e MEIBAD) e o apoio da área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona, levará a cabo no dia 31 de outubro (Dia da Reforma Protestante) uma jornada de reflexão sobre a obra que ousou colocar Deus «a falar português», que terá lugar no auditório do IPDJ, na Rua de Moscavide, Parque das Nações,a partir das 14h.
A iniciativa inclui, em parceria com os CTT, a cerimónia de obliteração dos selos comemorativos, e várias comunicações sobre contexto histórico, literário e editorial onde a obra emergiu, além de um debate sobre a necessidade de rever a tradução considerando que a última revisão do texto de Almeida data de 1968. Para o encerramento está reservada a apresentação do Congresso Internacional A Bíblia na Cultura Ocidental: Milénios de civilização – a realizar de 9, 10 e 11 de Setembro de 2020, com o apoio da Sociedade Bíblica e organizada por um convénio de universidades públicas e privadas.
Ao final do dia, cerca das 21h, será levado a público o musical com entrada livre – A Bíblia d’Almeida, que ilustra a vida e a obra do tradutor seiscentista, natural de Mangualde, que aos 14 anos de idade, nos territórios das Índias Orientais, se deixou fascinar pela Palavra milenar de Deus e desejou que todos os falantes de português a ela tivessem acesso.